Resumo:
O controle químico apresenta vantagens como economicidade e rapidez de ação, e tem sido preferencialmente usado no controle de pragas pelos agricultores. Em contrapartida, entre as desvantagens destaca-se o largo espectro de ação dos compostos, que atingem espécies não-alvos, como inimigos naturais, além de contaminarem o meio ambiente. O presente trabalho avaliou a ação dos inseticidas clorpirifós, dissulfotom, etiom e paratiom-metílico, normalmente usados para controlar o bicho-mineiro-do-cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville), sobre o ácaro predador Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, agente de controle dos ácaros fitófagos Oligonychus ilicis (McGregor) e Brevipalpus phoenicis (Geijskes) em agroecossistema cafeeiro. Para verificar o efeito seletivo dos compostos sobre o ácaro predador, concentrações discriminatórias (CLs99) dos quatros inseticidas foram determinadas para o 3º instar larval de L. coffeella, através do método de bioensaios de concentração-mortalidade em papel-filtro, impregnado com resíduo seco de inseticidas. O clorpirifós causou 100% de mortalidade dos ácaros testados; o etiom e o paratiom-metílico causaram 34% e 19% de mortalidade, respectivamente. Dissulfotom foi o mais seletivo em favor do predador, não mostrando ação letal. O efeito diferenciado dos inseticidas foi desta forma verificado, e tal informação possibilita a utilização dos inseticidas seletivos no agroecossistema cafeeiro, preservando populações de I. zuluagai e favorecendo o controle biológico exercido pelo ácaro predador.