Resumo:
O objetivo deste artigo é compreender, comparativamente, o crédito hipotecário, condicionado pela produção, produtividade e estrutura agrária entre 1890 e 1929 de duas regiões cafeeiras, fronteiriças e dinâmicas: Sudoeste de Minas Gerais e Nordeste Paulista. A partir de dados das hipotecas e do censo de 1920, verificamos empréstimos financeiros em valores expressivos para ambas as regiões. O crescimento econômico do Sudoeste de Minas Gerais relativamente ao Nordeste Paulista ocorreu com a menor necessidade ou possibilidade de financiamento. Ao testarmos a diferença entre as duas regiões com relação às variáveis valor real, prazos e juros das hipotecas, constatamos para as duas primeiras que o crédito se diferenciava. A arbitragem dos dois mercados hipotecários não permitiu a existência de diferenças entre as regiões para a variável taxas de juros, revelando a integração financeira regional. Assim, demonstramos as diferenças entre os dois espaços, salientando a necessidade de considerar a questão regional nos estudos acerca do crédito.