A bactéria Xylella fastidiosa causa prejuízos à cafeicultura e o emprego de produtos químicos, até o presente, não tem possibilitado o controle econômico dessa bactéria. O manejo adequado do cafezal, desde o plantio, com o uso de mudas isentas da bactéria e o controle das cigarrinhas vetoras, são medidas que atenuam a incidência da doença. A utilização de podas, que tem sido recomendada como medida de controle em citros e videiras, não tem ainda eficiência comprovada para o cafeeiro. Neste trabalho, objetivou-se estudar a eficácia do emprego da poda do tipo decote em cafeeiros arábica como controle de X. fastidiosa. Para tanto, após o emprego desse tipo de poda em cafeeiros infectados pela bactéria, quantificou-se a proporção de elementos de vaso do xilema obstruídos pela bactéria, e avaliou-se a severidade dos sintomas externos de infecção provocados pela X. fastidiosa. Oito meses após a aplicação da poda, no mês de junho de 2003 (período seco), observou-se que as plantas estavam com 4% dos elementos de vaso do pecíolo, 2% na nervura principal e 1% no caule obstruído pela X. fastidiosa. No período chuvoso, 14 meses após a poda, a proporção de obstrução dos elementos de vaso diminuiu para 2% no pecíolo, 1% no caule e na nervura principal. A prática da poda diminuiu ligeiramente a proporção de elementos de vaso obstruídos pela bactéria apenas no período seco, uma vez que foi observado antes da poda um máximo de 6% de obstrução no pecíolo. Os novos ramos que brotavam no cafeeiro, na estação chuvosa, pareciam compensar a obstrução dos ramos mais velhos, diminuindo a proporção de obstrução dos elementos de vaso na planta. Em 2003, não houve diferenças na severidade do sintoma externo entre os tratamentos nos dois períodos, seca e chuvoso. Entretanto, no período seco de 2004, as cultivares Catuaí Vermelho IAC 81 e Mundo Novo IAC 515-20, enxertadas sobre o porta-enxerto 'Apoatã IAC 2258' de C. canephora, foram os tratamentos com maior severidade e, novamente no período chuvoso, as diferenças não foram observadas. Concluiu-se, portanto, que a prática da poda do tipo decote não resultou nesse experimento em um controle eficiente da X. fastidiosa em cafeeiros de C. arabica de pé-franco ou enxertados e infectados por esta moléstia.
Xylella fastidiosa plant colonization causes damages to the coffee production and nowadays there is no available economic chemical control to this bacterium. Adequate cultivation management as the use of bacteria-free scions and control of the insect vector (cicadas), are practices that may attenuate the disease incidence. Pruning, that has been recommended for citrus and vines for disease control, still does not have its efficiency proved for coffee plants. This research work aimed to quantify the proportion of xylem vessel elements obstructed by the bacteria, as well as to evaluate the disease external symptoms severity after the "decote" type pruning. In June 2003 (dry season), eight months after pruning, it was observed that 4% of the petiole vessel elements were obstructed by X. fastidiosa, 2% of the central vein and 1% of the stem. In the rainy season, 14 months after pruning, the obstruction proportion of vessel elements decreased to 2% in the petiole and to 1% in central vein and stem respectively. Therefore, the pruning practice decreased slightly the xylem vessel obstruction caused by the bacteria in the dry period, once prior to pruning a 6% obstruction in the petiole was observed. The new branches sprouted during the rainy season seemed to compensate obstruction in older branches, thus decreasing vase obstruction proportion. In 2003 there were no differences in the disease symptom severity among treatments in the two periods (dry and rainy season), however, in the dry period of 2004, 'Catuaí Vermelho IAC 81' and 'Mundo Novo IAC 515-20' cultivars, grafted on C. canephora 'Apoatã IAC 2258', presented higher severity and, again in the rainy period, differences were not observed. It was concluded that the "decote" type pruning practice did not result in a X. fastidiosa efficient control.