Na agricultura, os solos agrícolas são a maior fonte de emissões óxido nitroso (N 2 O), para a atmosfera, gás esse que é produzido no solo durante as reações de nitrificação e desnitrificação e que tem impacto nas mudanças climáticas e na destruição da camada de ozônio. No Brasil, existem poucas informações científicas relacionadas às emissões de N 2 O, em áreas de cafeicultura, onde a dose de nitrogênio (N) aplicada varia entre 200 – 600 kg ha -1 ano. A avaliação de práticas de manejo da adubação nitrogenada que reduzem a poluição ambiental e promovam aumento na eficiência de utilização do N pelas culturas precisa ser mais estudada nas condições brasileiras. Uma das alternativas, para tentar mitigar as emissões de N 2 O e as perdas de N, na forma de amônia (N- NH 3 ), para a atmosfera, é a utilização de fertilizantes estabilizados, de liberação lenta ou controlada. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as perdas de N, na forma de amônia e óxido nitroso e as emissões de dióxido de carbono (CO 2 ) e metano (CH 4 ), após aplicação de fertilizantes nitrogenados convencionais, estabilizados e de liberação controlada em lavoura cafeeira irrigada. O estudo foi realizado, no município de Monte Carmelo/MG, no ano agrícola 2012/2013, em lavoura cafeeira irrigada. Foi utilizado o delineamento de blocos casualizados com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram na aplicação de 368 kg ha -1 de N (4 parcelamentos de 92 kg ha -1 de N, à exceção da fertirrigação), aplicados na projeção da copa das plantas, utilizando - se as seguintes fontes: 1) Ureia convencional granulada (UR); 2) Ureia granulada revestida com 600 mg kg -1 de NBPT (UR+NBPT); 3) Ureia granulada revestida por polímero elástico (UR+PE); 4) Composto orgânico + ureia (25% do N total aplicado na forma de composto orgânico e os outros 75% na forma de ureia) (UR+CO); 5) Cerrado (Controle: sem aplicação de fertilizantes) (CER) e 6) 11 aplicações de N na fertirrigação (FERT). As emissões de N, na forma de óxido nitroso, seguiram a seguinte ordem decrescente: UR+CO (0,925 kg ha -1 de N) = UR (0,849 kg ha -1 de N) = UR+NBPT (0,817 kg ha -1 de N) > FERT (0,465 kg ha -1 de N) = UR+PE (0,425 kg ha -1 de N) > CER (0,064 kg ha -1 de N). As emissões de N, na forma de amônia, seguiram a seguinte ordem decrescente: UR+NPBT (177,2 kg ha -1 de N) = UR (166,5 kg ha -1 de N) > UR+CO (116,9 kg ha -1 de N) = UR+PE (103,5 kg ha -1 de N) > CER (4,7 kg ha -1 de N) = FERT (4,4 kg ha -1 de N). A aplicação do N, na fertirrigação e na forma de ureia revestida com polímeros, promove as menores emissões de N-N 2 O e NH 3 . A natureza e o modo de aplicação dos fertilizantes nitrogenados não influenciam nas emissões de metano e gás carbônico e a produtividade do cafeeiro.
Agricultural soils are the largest source of nitrous oxide (N 2 O) emissions to the atmosphere. This gas is produced in the soil during nitrification and denitrification reactions, impacting over climate changes and the destruction of the ozone layer. In Brazil, there is little scientific information regarding N 2 O emissions in coffee production areas, where the dose of applied nitrogen ranges from 200 to 600 kg ha -1 per year. The evaluation of nitrogen fertilization management practices that reduce environmental pollution and increase the efficiency in the use of N by the cultures, must be further studied under Brazilian conditions. One of the alternatives to mitigating N 2 O emissions and the loss of N in the form of ammonium (N-NH 3 ) to the atmosphere is the use of slow and controlled release and stabilized fertilizers. In this context, the objective of this work was to evaluate N loss in the form of ammonium and nitrous oxide, as well as the emissions of carbon dioxide (CO 2 ) and methane (CH 4 ) after the application of conventional nitrogen fertilizers, stabilized fertilizers and controlled release fertilizers in irrigated coffee crop. The study was conducted in the municipality of Monte Carmelo, Minas Gerais, Brazil, in the agricultural year of 2012/2013, using a randomized blocks design with six treatments and four replicates. The treatments consisted of the application of 368 kg ha -1 of N (four plots of 92 kg ha -1 of N, with the exception of fertirrigation) applied to the shoot projection of the plants, using the following sources: 1) conventional granular urea (UR); 2) granular urea coated with 600 mg kg -1 of NBPT (UR+NBPT); 3) granular urea coated with elastic polymer (UR+PE); 4) organic compound + urea (25% of total N applied in the form of organic compounds and another 75% in the form of urea) (UR+CO); 5) cerrado (control: no fertilizer application) (CER) and 6) 11 applications of N in fertirrigation (FERT). The emissions of N in the form of nitrous dioxide followed the decreasing order: UR+CO (0.925 kg ha -1 of N) = UR (0.849 kg ha -1 of N) = UR+NBPT (0.817 kg ha -1 of N) >FERT (0.465 kg ha -1 of N) = UR+PE (0.425 kg ha -1 of N) > CER (0.064 kg ha -1 of N). The emissions of N in the form of ammonium followed the decreasing order: UR+NBPT (177.2 kg ha -1 of N) =UR (166.5 kg ha -1 of N) > UR+CO (116.9 kg ha -1 of N) = UR+PE (103.5 kg ha -1 of N) > CER (4.7 kg ha -1 of N) = FERT (4.4 kg ha -1 of N). The application of N in fertirrigation and in the form of urea coated with polymers cause lower emissions of N-N 2 O and NH 3 . The nature and manner of nitrogen fertilizer application do not influence methane and carbon dioxide emissions or coffee productivity.