As primeiras seleções realizadas em 1943 do café Mundo Novo revelaram que se tratava de um material extremamente valioso do ponto de vista econômico, pela rusticidade e elevada capacidade produtiva. A fim de ampliar a diversidade genética do Mundo Novo em 1952 foram selecionadas, em seis propriedades agrícolas no município de Urupês, SP, 92 novas plantas matrizes cujas progênies foram estudadas no experimento EP 16 de Campinas. Nesse experimento incluíram-se, para fins comparativos, 12 progênies S2 de Mundo Novo, seis de Bourbon Amarelo e sete de Bourbon Vermelho, totalizando 117 progênies. O experimento foi instalado no Centro Experimental de Campinas, em blocos ao acaso com 117 tratamentos, 21 repetições, parcelas de uma única cova e uma planta por cova, tendo sido realizadas colheitas consecutivas durante 33 anos.
Realizaram-se observações, em 1985 sobre o aspecto vegetativo associado à produção e outras características da planta (índice de avaliação visual), porcentagem de sementes dos tipos chato, moca e concha e tamanho das sementes através da determinação da peneira média. Verificaram-se diferenças significativas de produção dentro e entre os grupos de progênies Mundo Novo S1, Mundo Novo S2, Bourbon Amarelo e Bourbon Vermelho. O coeficiente de variação para todo o experimento foi de 25,5%. Na análise efetuada com os dados de produções consecutivas no período 1955 - 1987 a média das progênies S1 revelou-se 6% superior à do grupo Mundo Novo S2 e as progênies de Mundo Novo S1 e S2 mostraram maior capacidade produtiva do que as do Bourbon Amarelo (39 a 30%) e do que as de Bourbon Vermelho (112% e 99%), respectivamente, e que as de Bourbon Amarelo mostraram-se 53% mais produtivas do que as de Bourbon Vermelho. Constatou-se que, após 33 anos de produções consecutivas, entre as cinco progênies mais produtivas, duas pertenciam à geração S2 de Mundo Novo e, três eram de Mundo Novo S1, indicando a eficiência da seleção. Nenhuma progênie de Bourbon Amarelo ou de Bourbon Vermelho revelou-se tão produtiva quanto as de Mundo Novo. As melhores seleções revelaram-se normais quanto à porcentagem de sementes dos tipos chato, moca e concha e, também com relação ao tamanho das sementes. A progênie CP 474 apresentou maior número de plantas com valores de peneira média acima de 18. Essa progênie recebeu a denominação de Acaiá. O aspecto vegetativo foi avaliado em 1985 para um grupo de cinco progênies mais produtivas, dos tipos Mundo Novo S1 e S2, e para as melhores seleções de Bourbon Amarelo e Bourbon Vermelho. A média de pontos atribuídos (1 para as piores e 10 para as melhores plantas) não se revelou alta para as mais produtivas, talvez como conseqüência da idade das plantas (35 anos). As melhores progênies de Mundo Novo atualmente designadas por IAC 388-17, IAC 376-4, IAC 379-19, IAC 382-14, IAC 502, IAC 515-11, IAC 515-20, IAC 501, IAC 464-12, IAC 467-11 e IAC 480-6 avaliadas em outros experimentos, vêm demonstrando o seu elevado valor econômico para a cafeicultura brasileira. O mesmo ocorre com Acaiá (IAC 474-4 e IAC 474-7), Bourbon Amarelo IAC J 19, IAC J20, IAC J24) e Bourbon Vermelho IAC 662.
Selections of Mundo Novo, Bourbon Amarelo and Bourbon Vermelho cultivars of Coffea arabica in Campinas. Coffea arabica L. cv. Mundo Novo is the most outstanding coffe cultivar so far studied at the former Genetics Department, presently Coffee Center of the Instituto Agronômico, Campinas, SP. Besides its rusticity, this cultivar selected in 1943 has been showing high yielding capacity in all Brazilian coffee growing areas. Further selection of mother trees was undertaken, in 1952, in six sites where the original populations were found in Urupês, SP. It were evaluated 92 new selections (S1), 12 progenies of previously selected Mundo Novo (S2), 6 progenies of Bourbon Amarelo and 7 progenies of Bourbon Vermelho. The 117 progenies were planted in Campinas in a randomized block design, with single plant plots and 21 replications. Yield data from individual plants during 33 consecutive yearly harvests, from 1955 to 1987, were collected. Prior to the 1985 harvesting season, observations were made on shape of plants, vegetative vigour, flat, peaberry and elephant beans, and seed size. Differences were found for yield of the Mundo Novo S1 , Mundo Novo S2 progenies, Bourbon Amarelo and Bourbon Vermelho. The average yield of Mundo Novo S1 was 6% superior to that of Mundo Novo S2 and both groups of Mundo Novo S1 and S2 were more productive than Bourbon Amarelo (39% and 30%) and than the progenies of Bourbon Vermelho (112% and 99%), respectively. The Bourbon Amarelo group yielded 53% more than the progenies of Bourbon Vermelho. Among the five best yielding Mundo Novo progenies two belong to the S2 and three to the S1 progenies, indicating that the S1 selections were efficient. No progenie of Bourbon Amarelo or Bourbon Vermelho were among the best five progenies. The vegetative vigour of these five highest yielding Mundo Novo progenies were similar and all had normal flat beans. The progeny CP 474 had larger seeds and shorter lateral branches and was named cv. Acaiá. The highest yielding Mundo Novo are being extensively planted in all coffee regions in Brazil.