Estudou-se a herança da resistência a Hemileia vastatrix Berk. Et Br. em descendências de sete cruzamentos de Catuaí e Mundo Novo com seleções de Híbrido de Timor. Foram estudadas as freqüências de plantas com reações às raças fisiológicas II e XXV de H. vastatrix nas classes fenotípicas de resistência e suscetibilidade nas progênies dos genitores P1 e P2, nos cafeeiros híbridos F1 e em suas progênies F2 e nos retrocruzamentos dos híbridos F1 com os genitores suscetíveis (RC1.1) e resistentes (RC1.2). Para as sete combinações estudadas - H 419, H 421, H 430, H 447, H 464, H 469 e H 484, as reações de resistência dos cafeeiros mostraram ser conferidas por alelos com dominancia completa. Nos descendentes da combinação H 421, a reação de resistência mostrou ser monogênica (3:1), enquanto nas demais combinações mostrou ser conferida por três alelos dominantes e com segregaçáo independente entre os locos (63:1). Considerando-se a interação patógeno-hospedeiro e sabendo-se que as raças utilizadas para as inoculaçóes das várias populações do hospedeiro têm genótipos de virulência v5 para a raça II e v2, v5 e v6 para a raça XXV, a luz do conceito gene-agene para o complexo cafeeiro - H. vastatrix, conclui-se que a resistência nos derivados do Híbrido de Timor usados como genitores na obtenção das combinações híbridas estudadas, deve ser conferida por alelos diferentes do SH5 e do SH6. Admite-se, entretanto, a possibilidade de ter ocorrido perda de alelos
para virulência na cultura UFV Hem 3348 do patógeno. Neste caso, a resistência no cafeeiro UFV 427-15, possivelmente, poderá ser conferida pelo alelo SH6 e esse mesmo fator deve ser um dos alelos responsáveis pela resistência nos outros cafeeiros do Híbrido de Timor que apresentaram essa característica controlada por três alelos dominantes.
The purpuse of this study was to investigate the inheritance of resistance to Hemileia vastatrix Berk.et Br., in the descendants of seven crosses between "Catuaí" and "Mundo Novo" with selected "Híbrido de Timor". The frequency of plants exhibiting reactions to the physiological races II and XXV of H. vastatrix was investigated in the phenotype classes of resistance and susceptibility of the progenies of the P1 and P2 parents of the coffee hybrids F1 and its progenies F2 and in the backcrosses of the F1 hybrids with the susceptible parents (RC1.1) and resistants (RC1.2). For the seven combinations investigated - H 419, H 421, H 430, H 477, H 464, H 469 and H 484, the reactions of resistance of the coffee populations were shown to be due to alleles with complete dominance. In the descendants of the H 421 combination, the reaction of resistance was shown to be monogenic (3:1), whereas for the remainder combinations it was shown to be due to three dominant alleles and with independent
segregation between loci (63:l). Taking into account the pathogen-host interaction, and knowing that the races used for the inoculations of the several host populations have virulence genotypes v5 for the race lI and v2 for the race XXV, in view of
the gene-to-gene concept for the complex coffee - H. vastatrix, it is concluded that the resistance of the 'Híbrido de Timor' derivates used as parentals in the obtainment of the hybrid combinations under investigation, should be due to alleles different from the SH5 and the SH6. Loss of alleles for virulence might had occurred in the culture UFV Hem 3348 of the pathogen. In this case, the resistance in the coffee tree UFV 427-15, could possibly be due to the SH6 allele and that this same factor
could be one of the alleles responsible for the resistance in the other 'Híbrido de Timor' coffee trees that exhibited this characteristic controlled by three dominant alleles.