Resumo:
A expansão da cafeicultura no Acre é conseqüência do que ocorreu com os preços no mercado nacional e internacional. No início da década de 1990, os preços estavam em baixa. No ano de 1994, a ocorrência de geadas nas principais regiões produtoras brasileiras, localizadas no Sul e no Sudeste do País, provocou aumentos nos preços externos e internos de café, voltando a estimular a expansão da cafeicultura em várias regiões tropicais. No Acre, a área plantada dobrou e continua em franca expansão. O Estado importava, em 1995, quase a totalidade do café em grãos consumido pelas indústrias de torrefação; atualmente já começa a haver um equilíbrio nas relações comerciais com outros estados. Além dos preços, outros fatores contribuíram para expansão das áreas de cafezais no Estado, destacando-se: a) disponibilidade de recursos financeiros, por meio de crédito rural, especialmente do Programa Fundo Constitucional do Norte – FNO; e b) escassez de alternativas sustentáveis, nos aspectos econômicos e ambientais, para o setor primário, possibilitando neutralizar parte dos impactos negativos, causados pela falência do extrativismo, dos prejuízos ambientais da pecuária extensiva e da agricultura de derruba e queima. Considerando estes aspectos, o levantamento dos coeficientes técnicos para o cultivo da variedade Catuaí (Coffea arabica) e a estimativa do custo de implantação tornam-se instrumentos indispensáveis para auxiliar a análise da eficiência da atividade e a viabilidade econômica de todo processo produtivo, principalmente se for considerado que a Região Norte apresenta uma demanda insatisfeita, sendo tradicionalmente produtora de café Robusta (Coffea canephora). Neste aspecto, saber os coeficientes técnicos torna-se fundamental, principalmente para produtores rurais, contribuindo para que possam escolher a atividade mais promissora, além da possibilidade de conhecerem as mudanças tecnológicas necessárias, para sua permanência no mercado.