Esta pesquisa foi conduzida no período de março de 1995 a agosto de 1999, em casa de vegetação do Departamento de Fitopatologia e no Laboratório de Biologia Molecular e Cultura de Tecidos/BIOAGRO, na Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, em três ensaios experimentais, cujos objetivos foram: detectar a ocorrência e a freqüência de raças fisiológicas de Hemileia vastatrix em Coffea canephora var. Conillon e Coffea arabica, de culturas procedentes do estado do Espírito Santo e Minas Gerais; avaliar a resistência de clones de C. canephora var. Conillon à ferrugem, componentes de três variedades clonais recomendados para o estado do Espírito Santo; e verificar a variabilidade genética desses clones, empregando marcadores RAPD. No primeiro ensaio foram utilizadas 139 culturas de H. vastatrix e inoculadas no conjunto de clones diferenciadores desenvolvidos no Centro de Investigações das Ferrugens do Cafeeiro, em Portugal, observando-se os tipos de reações apresentados pelas plantas diferenciadoras. No segundo ensaio avaliou-se a resistência de 33 clones da var. Conillon, em quatro repetições, sendo nove com ciclo de maturação precoce da variedade EMCAPA-8111 (02, 03, 26, 29, 36, 104-A, 104-B, 110-B e 154); 13 com ciclo de maturação médio da variedade EMCAPA-8121 (07, 11, 14, 16, 19, 109-A, 110-A, 112, 120, 128, 132, 149 e 201); e 11 com ciclo de maturação tardio da variedade EMCAPA-8131 (31, 45, 46, 49, 99, 100, 106, 116, 139, 143 e 153), às raças I, II, III e XIII de H. vastatrix. Empregou-se uma escala de notas de 1 a 6, sendo que os valores de 1 a 3 corresponderam a reações de resistência e de 4 a 6, reações de suscetibilidade. No terceiro ensaio avaliou-se a variabilidade genética por meio de marcadores RAPD, de 12 clones (02, 139, 03, 07, 11, 14, 100, 104-A, 104-B, 110-A, 153 e 201), que apresentaram instabilidade de reação quando inoculados com as quatro raças de H. vastatrix, e de cinco clones (36, 45, 46, 109-A, 110-B), que apresentaram reação uniforme quando inoculados com as quatro raças do patógeno. Os resultados mostraram que a raça II prevaleceu em 137 culturas, sendo que, em duas culturas procedentes dos municípios de Coimbra e Viçosa, no estado de Minas Gerais, em 1995, obtidas de C. arabica constatou-se a raça III. As três variedades clonais são constituídas por clones resistentes e suscetíveis às quatro raças de H. vastatrix, sendo que os clones 132, 149, 201 (ciclo intermediário), 100 e 143 (ciclo tardio) mostraram reação de resistência às quatro raças do patógeno, enquanto que os clones 110-B (ciclo precoce), 110-A, 112 (ciclo intermediário), 31, 45, 106 e 116 (ciclo tardio) mostraram reação de suscetibilidade. Os 17 clones avaliados por meio de RAPD formaram grupos distintos, não observando-se polimorfismo intraclones, com exceção do indivíduo 21, correspondente à repetição I do clone 104-A, o qual formou isoladamente o grupo 16, mostrando-se divergente dos demais. Os clones 104-A e 104-B formaram um único grupo, assim como os clones 110-A e 110-B.
This research was conducted from March 1995 to August 1999 in the greenhouse at the Department of Phytopathology and in the laboratory at the Molecular Biology and Tissue Culture/BIOAGRO of the Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. Three experimental assays were carried out to detect the occurrence and frequency of the physiological races of Hemileia vastatrix in
Coffea canephora var. Conillon and Coffea arabica of cultures originated from the states of Espírito Santo and Minas Gerais; to assess the resistance to rust of C. canephora var. Conillon, components of three clonal varieties recommended for the state of Espirito Santo; and to verify the genetic variability of these clones using RAPD markers. For the first assay, 139 H. vastatrix cultures were used and inoculated in the set of differentiating clones developed at the "Center of Research on Coffee Rust" in Portugal, observing the reaction types presented by the differentiating plants. For the second assay, the resistance of 33 Conillon variety clones races to the races I, II, III and XIII of H. vastatrix was evaluated, in four repetitions, with nine being of the variety EMCAPA - 8111 (02, 03, 26, 29, 36, 104-A, 104-B, 110-B and 154) with early ripening cycle; 13 of the variety EMCAPA - 8121 (07, 11, 14, 16, 19, 109-A, 110-A, 112, 120, 128, 132, 149 and 201) with intermediary ripening cycle, and 11 of the variety EMCAPA - 8131 (31, 45, 46, 49, 99, 100, 106, 116, 139, 143, and 153) with late ripening cycle. A grade scale of 1 to 6 was used, with the values from 1 to 3 corresponding to resistance reactions and values from 4 to 6 to susceptibility reactions. In the third assay, genetic variability was evaluated by means of RAPD markers of 12 clones (02, 139, 03, 07, 11, 14, 100, 104-A, 104-B, 110-A, 153 and 201), which presented reaction instability when inoculated by the four H. vastatrix races and of 5 clones (36, 45, 46, 109-A, 110-B), which presented uniform reaction when inoculated by the 4 pathogen races. The results showed that race II predominated in 137 cultures with race III being found in two cultures from Coimbra and Viçosa, MG obtained from C. arabica in 1995. The three clonal varieties consisted of clones resistant and susceptible to the 4 H. vastatrix races, with clones 132, 149, 201 (intermediary cycle), 100 and 143 (late cycle) showed resistance to the 4 pathogen races, while clones 110-B (early cycle), 110-A, 112 (intermediary cycle), 31, 45, 106 and 116 (late cycle) showed susceptibility. The 17 clones assessed by means of the RAPD formed distinct groups, without intraclonal polimorphism being observed, except for individual 21, corresponding to repetition 1 of clone 104-A, which was formed isolatedly (group 16), diverging from the rest. The clones 104-A and 104-B formed a single group, as well as the clones 110-A and 110-B.