Nos últimos anos foram liberadas para plantio comercial diversas cultivares de café arábica resistentes à ferrugem, porém muitas dessas cultivares ainda não foram testadas em várias regiões cafeeiras do Brasil, incluindo o sul de Minas Gerais. A região sul do estado de Minas Gerais possui um parque cafeeiro de cerca de 500.000 ha, abrangendo uma área com grande variação edafoclimática e diversidade de sistemas de cultivo. Essas características influenciam sobremaneira no comportamento agronômico das cultivares de café plantadas na região, haja vista que a produtividade do cafeeiro está diretamente relacionada com a interação genótipo ambiente. Em janeiro de 2006 foi instalado um ensaio com 30 cultivares resistentes à ferrugem, no Município de Varginha, MG, a 1000 m de altitude, onde foram avaliadas as três primeiras produções (2008 a 2010), a resistência à ferrugem e a qualidade dos grãos. As cultivares Sabiá Tardio, IPR 100, Palma II, Acauã, IPR 99, IPR 103, Catuaí amarelo IAC 62, Catucaí Amarelo 20/15 cv 479 e Catucaí amarelo 24/137 produziram significativamente mais que as demais. Foram encontradas lesões de ferrugem em todas as plantas das cultivares do grupo Catucaí e nas cultivares IPR 100 e IPR 103. Observaram-se também plantas suscetíveis nas cultivares Oeiras (70%) e Sabiá Tardio (12,5%) e nas progênies Paraíso 419-3-3-7-16-4-1 (12,5%) e Paraíso 419-10-6-2-12-1 (28,6%). Por outro lado, nas progênies Paraíso 419-10-6-2-10-1 e Paraíso 419-10-6-2-5-1 todas as plantas foram classificadas como altamente resistentes. Catuaí Vermelho IAC 144, Catuaí Amarelo IAC 62 e Bourbon Amarelo, incluídas como referência de suscetibilidade, 100% das plantas apresentaram pústulas de ferrugem. A classificação dos grãos mediante peneira revelou que, em média, as cultivares apresentaram 49,3% dos grãos retidos na peneira 17 ou acima. Araponga MG1 e IPR99 destacaram-se das demais com, respectivamente, 73,5% e 76,0% de grãos nas peneiras 17 e acima.
In the last years several arabica coffee cultivars with rust resistant were released for commercial planting, but many of these cultivars have not yet been tested in several coffee areas of Brazil, including the south region of the Minas Gerais state. This region accounts for a cultivation area of about 500,000 ha, with great climate, soil and cropping systems diversity. These characteristics greatly influence the agronomic performance of coffee varieties, given that coffee yield is directly related to genotype-environment interaction. This work reports an agronomic trial evaluation of 30 cultivars with rust resistance conducted in Varginha, MG, Brazil, at 1000 m altitude. The first three productions (2008-2010), rust resistance and grain quality were evaluated. It was found that the cultivars Sabiá Tardio, IPR 100, Palma II, Acauã, IPR 99, IPR 103, Catuaí amarelo IAC 62, Catucaí Amarelo 20/15 cv 479 e Catucaí amarelo 24/137 yield higher than the others in the first three crops. Rust lesions were found in all cultivars of the Catucaí group and in the cultivars IPR 100 and IPR 103. There were also susceptible plants in Oeiras (70%), Sabiá Tardio (12.5%), Paraíso 419-3-3-7-16-4-1 (12.5%) and Paraíso 419-10 -6-2-12-1 (28.6%). On the other hand, the progenies Paraíso 419-10-6-2-5-1 and Paraíso 419-10-6-2-10-1 all plants were classified as resistants. Catuaí Vermelho IAC 144, Catuaí Amarelo IAC 62 and Bourbon Amarelo, included as reference of susceptibility, 100% of plants showed rust pustules. The classification of grains through sieves revealed that, on average, 49.3% of the grains were retained on sieve 17 or above. Araponga MG1 and IPR 99 stood out from the others with respectively 73.5% and 76.0% of grains in the sieves 17 and above.