Objetivou-se com este trabalho avaliar a influência do teor de água, estádio de maturação e período de armazenamento na taxa respiratória e perda de matéria seca do café (Coffea arabica L.). Na primeira parte do experimento, foram utilizados frutos do cafeeiro, variedade Catuaí Vermelho, colhidos em diferentes estádios de maturação (verde, verdoengo e cereja), secados em estufa com circulação forçada de ar a 40 °C até atingirem os teores de água desejados, que variaram de 55 a 12 % (b.u.) Uma parte dos frutos, no estádio de maturação cereja, foi descascada manualmente e secada até teores de água que variaram de 30 a 12 % (b.u.) As amostras foram pesadas e acondicionadas em frascos de vidro e a taxa respiratória mensurada, por meio da determinação da quantidade de dióxido de carbono produzido por hora, a 25 °C, em respirômetro marca Sable Systems International. De posse dos valores de produção de CO2, o consumo de matéria seca foi determinado por estequiometria a partir da equação da respiração (C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + 2835kJ). Para a segunda parte deste trabalho, amostras de café no estádio cereja, natural e descascado, foram secadas em estufa a 40 °C e em terreiro de cimento até atingirem o teor de água de 11 % (b.u.). As amostras foram homogeneizadas, embaladas em sacos de juta e mantidas em condições ambiente. No início do armazenamento e em intervalos regulares de 45 dias, durante seis meses, foram realizadas as análises de determinação da taxa respiratória, perda de matéria seca (por estequiometria e pela metodologia da massa de mil grãos), teor de água, massa específica aparente, detecção de fungos, condutividade elétrica, cor e pH. A partir dos resultados obtidos observou-se, para todas as amostras, incremento da taxa respiratória e da perda de matéria seca em função do aumento do teor de água do café. Para os teores de água acima de 15 % (b.u.) este aumento foi ainda mais pronunciado. No café verde observaram-se os maiores valores de produção de CO2, seguido pelos cafés nos estádios verdoengo e cereja, respectivamente. A partir da técnica de identidade de modelos, concluiu-se não haver diferença entre os modelos utilizados para descrever a evolução da taxa respiratória do café natural e descascado, podendo ser utilizada uma única equação para representá-la. Com relação ao armazenamento, os teores de água dos grãos mantiveram-se dentro da faixa aceitável para uma armazenagem segura (entre 11 e 13 % (b.u.)). A infecção por fungos foi considerada baixa durante todo o período avaliado. Houve aumento na taxa respiratória e na perda de matéria seca do café com o prolongamento do tempo de armazenagem, mais acentuado para o café natural. Os valores de perda de matéria seca, calculados a partir da taxa respiratória, foram inferiores aos observados durante o armazenamento. De modo geral, o café descascado apresentou as melhores características de qualidade (menores valores de condutividade elétrica, pH, perda da coloração verde, perda de massa seca), relacionadas à menor taxa respiratória. Não foram observadas diferenças na taxa respiratória e perda de matéria seca quanto ao método de secagem empregado. Houve variação no comportamento das outras características avaliadas em relação ao método de secagem, não permitindo a escolha de uma delas como a que proporcionasse um produto de qualidade superior.
The aim of this work was to evaluate the influence of moisture content, maturity stage and storage period over the respiration rate and dry matter loss of coffee (Coffea arabica L.). In the first stage of the experiment, coffee fruits were utilized, variety “Catuaí Vermelho”, harvested in different maturity stages (green, “verdoengo” and cherry), dried in a forced air circulation chamber at 40 ºC until the desired moisture contents, which varied between 55 to 12 % (w.b.). A portion of the fruits, in the cherry stage, were manually dehulled and dried until moisture content range from 30 to 12 % (w.b.). The samples were weighed and conditioned in glass jars and the respiration rate was measured, through the determination of the carbon dioxide quantity produced in an hour, at 25 ºC, in a respirometer brand Sable Systems International. The values of CO2 production were used to determine the consumption of dry matter through stoichiometry of the respiration equation (C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + 2835 kJ). On the second part of this work, coffee samples in cherry stage, fruit and dehulled, were dried in an oven at 40 ºC and in cement yard until moisture content of 11 % (w.b.). The samples were homogenized, packed in jute sacks and kept under environmental conditions. At the beginning of storage and regular intervals of 45 days, during six months, analysis of the respiration rate, dry matter loss (through stoichiometry and weight of a thousand grains methodology), moisture content, bulk density, fungi detection, electrical conductivity, color and pH were made. Through the obtained results, all samples had an increment in the respiration rate and dry matter loss in function of the moisture content. To moisture contents above 15 % (w.b.), this increase was more pronounced. The green coffee presented the highest values of CO2 production, followed by “verdoengo” and cherry coffee, respectively. By means of the model identity technique, it was concluded that the models to describe the respiration rate evolution of coffee fruit and dehulled did not differ among each other, being able to use a single equation to represent this trend. Regarding the storage, moisture contents of grain was maintained among the acceptable range of a secure storage (between 11 to 13 % (w.b.)). The fungi infection was considered low during the evaluated period. An increase of the respiration rate and dry matter loss of coffee occurred with the increase of the storage time, being more accentuated in the natural coffee. Values of dry matter loss calculated through the respiration rate were inferior than the observed values during storage. In general, dehulled coffee presented the best quality characteristics (lower values of electrical conductivity, green color loss and dry matter loss, higher values of pH and bulk density), related to the lower respiration rate. It wasn’t observed differences in the respiration rate and dry matter loss regarding to the drying method employed. There were variations at the behavior of the remaining evaluated characteristics relating to the drying method, not allowing the choice of one of them to proportionate a product with superior quality.