A ocupação agrícola da região Noroeste do estado de São Paulo, como em tantas outras regiões brasileiras provoca conseqüências negativas irreversíveis nas características da paisagem natural e nos aspectos socioeconômicos locais. O ecossistema natural sofreu um processo de transformação profunda através do desbravamento, a colonização pela cafeicultura, depois a bovinocultura e finalmente convertendo-se para um sistema canavieiro intensivo, com uso de insumos industriais químicos, intensa utilização de máquinas e implementos agrícolas e de variedades vegetais geneticamente melhoradas e padronizadas. Nessa região são grandes os efeitos negativos desta modernização e do sistema produtivo atual, perante a fragilidade do ecossistema afetando diretamente a pequena propriedade que perdeu suas características de fonte de produção e união familiar, o que promove o êxodo rural e a incorporação de muitas delas pelas grandes fazendas e usinas de açúcar e álcool locais. Estes fatos levam ainda ao abandono das propriedades, empobrecimento da população e da paisagem, e a processos de contaminação do ambiente por agrotóxicos, erosão dos solos e assoreamento dos rios. Defendem-se formas alternativas de produção para o revigoramento da cafeicultura e também de outras culturas, para uma agricultura de forma sustentável na região. Este trabalho visa demonstrar a evolução de um sistema de cafeicultura com princípios agroecológicos no município de Penápolis/SP e caracterizar alguns dos aspectos ambientais e socioeconômicos da região para a reflexão sobre formas em que a Agroecologia, como um novo campo de estudos, pode contribuir para o desenho de estratégias de sustentabilidade rural, enfatizando alguns elementos que servirão como indicadores. Além disso, induz a uma reflexão sobre a importância de um desenvolvimento endógeno, com destaque à necessidade de vontade política e a de construção e reconstrução do conhecimento local, como estratégia básica para processos de transição agroecológica.
The agricultural occupation of the northwest region of São Paulo state, as in many other Brazilian regions causes irreversible negative consequences on the characteristics of the natural landscape and local socioeconomic aspects. The natural ecosystem has undergone a process of deep transformation through the exploring, the colonization by the coffee plantation, then the cattle culture, and finally converting it to a sugar intensive, with the use of industrial chemical inputs, intensive use of agricultural implements and plants varieties genetically improved and standardized. In this region are large the negative effects of modernization and the current production system, given the fragility of the ecosystem directly affecting the small property that has lost its characteristics of source production and union family, which promotes the incorporation of rural exodus and many of them go to large farms and agroindustries for sugar and alcohol. These facts also lead to abandonment of properties, impoverishment of the population and landscape, and processes of environmental contamination by pesticides, soil erosion and siltation of rivers. Defend themselves alternative ways of production are defended for the reinvigoration of coffee and other crops for a sustainable agriculture in the region. This work aims to demonstrate the evolution of a system of principles with agroecological coffee in the city of Penápolis / SP and characterize some of the environmental and socioeconomic aspects of the region to reflect forms in which Agroecology as a new field of study, it can help the design of strategies for sustainable rural development, highlighting some elements that serve as guidelines for action. Furthermore, induces to a reflection on the importance of endogenous development, with emphasis on the need for political and the construction and reconstruction of local knowledge such as basic strategy for processes of agroecological transitions.