As principais regiões produtoras de café no Brasil estão localizadas em solos ácidos, que possuem teores de alumínio trocável (Al+3) em quantidades suficientes para alterar o crescimento de muitas espécies de plantas cultivadas. O alumínio atua primariamente no sistema radicular das plantas retardando o crescimento e o desenvolvimento deste, promovendo a diminuição do número de raízes laterais, as principais responsáveis pela absorção de água e nutrientes, e o comprometimento da produção vegetal. Embora exista um número razoável de pesquisas a respeito dos efeitos tóxicos do alumínio e dos mecanismos de tolerância a este íon em várias plantas de valor econômico, poucos são os trabalhos que relatam seus efeitos na planta e genética molecular do cafeeiro. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo a identificação de genótipos de café sensível e tolerante ao Al para que estas possam ser utilizadas em estudos posteriores de expressão diferencial e identificação de genes potencialmente relacionados à tolerância desta cultura a este íon. Para isto, cinco cultivares economicamente importantes de Coffea arabica foram crescidas em meios nutritivos com 0,000mM, 0,075mM e 0,370mM de AlCl 3. Dentre as variedades estudadas, Obatã IAC 1669-20 e Catuaí Amarelo IAC 62 mostraram maior tolerância, enquanto Icatu IAC 4045 mostrou maior sensibilidade ao Al. Os resultados obtidos reforçam a toxicidade do Al no sistema radicular do cafeeiro e a existência de uma variabilidade genética de Coffea arabica relacionada a tolerância ao íon em questão.
The main coffee producing areas in Brazil are located in acid soils, which have exchangeable aluminium (Al+3) tenors in sufficient quantities to alter the growth of many species of cultivated plants. The aluminium acts first in the root system delaying its growth and development, promoting the reduction of lateral roots number, the main responsable for water and nutrients absorption, and damages in vegetable production. Although there is a reasonable number of researches about aluminium toxic effects and mechanisms of tolerance to this ion in several agronomical plants, few works report its effects on coffee plant and molecular genetics. Therefore, the aim of this work is to identify Al sensitive and tolerant genotypes of coffee to be used in subsequent studies of differential expression and identification of Al tolerance related genes. In this context, five economically important Coffea arabica ciltivars were grown in nutrient solutions containing 0,000mM, 0,075mM and 0,370mM of AlCl 3. Among the studied genotypes, Obatã IAC 1669-20 and Catuaí Amarelo IAC 62 showed to be the most tolerant, while Icatu IAC 4045 the most sensible variety to Al toxicity. The obtained results reinforce the Al toxicity in coffee root system and the existence of a genetic variability into Coffea arabica genotypes related to Al tolerance.