Resumo:
O Brasil é o maior produtor de café arábica do mundo. Todavia, ao longo dos anos, a cultura do café passa por ciclos de preços altos e baixos, que muitas vezes levam o cafeicultor a dificuldades financeiras. Dentre as alternativas para amenizar este problema está a diversificação de culturas que, no caso do café, pode ser feito na mesma área pela exploração de plantas que ocupem diferentes extratos. Apesar da baixa tradição do Brasil com sistemas agroflorestais de cultivo de café, algumas pesquisas mostram que essa prática pode ser bem-sucedida no país. Atualmente, com a preocupação com as mudanças climáticas, a inserção do componente arbóreo na cafeicultura é uma estratégica sob a perspectiva econômica e ambiental e pode ser uma opção interessante, para atenuação frente às mudanças climáticas, manutenção de algumas funções ecológicas e obtenção de ganhos econômicos com produtos de alto valor agregado. Assim, buscando avaliar os impactos da introdução de diferentes espécies arbóreas em uma lavoura de café, foi instalado um ensaio em parceria com a Epamig, Associação Hanns R. Neumann Stiftung do Brasil e Fazenda da Lagoa Ltda. Foram implantadas, nas entrelinhas do café, Acrocarpos (Acrocarpus fraxinifolium), Mogno (Khaya ivorensis) e Teca (Tectona grandis). As plantas de Cedro, Teca e Mogno foram distribuídas entre as plantas de café na linha, em dois espaçamentos 8x13,6 m e 16x13,6 m. O espaçamento das entrelinhas foi fixado em três linhas de cafeeiros, intercalados às espécies de sombra, num total de 13,6 m entre as linhas arborizadas. Foram feitas avaliações da produção das plantas de café em função das distâncias dos cafeeiros em relação às espécies arbóreas. As espécies arbóreas plantadas junto do cafeeiro não influenciaram a produção em quatro safras.