Resumo:
O cafeeiro é sensível às geadas, sobretudo nos dois primeiros anos da planta no campo, sendo necessárias medidas de proteção em locais de cultivo sujeito a tais eventos. O chegamento de terra junto ao tronco em cafeeiros de seis meses até dois anos de idade e o enterrio de mudas de até seis meses, são técnicas eficientes para a proteção contra geadas. Tais técnicas devem ser executadas juntamente com um sistema de Alerta Geada eficiente. O objetivo deste trabalho foi medir a temperatura do ar em duas alturas e em uma profundidade do solo, em dias de ocorrência de geada, para caracterizar as temperaturas de cafeeiros e associá-las com danos e métodos de proteção contra geadas. Foram avaliados cafeeiros (Coffea arabica), cultivar IPR 100, plantadas no campo experimental do IAPAR, Londrina, PR em fevereiro de 2016, no espaçamento de 2,5 x 0,7 m. Monitorou-se dados de temperatura do ar a 2 m, temperatura no nível do solo e temperatura do solo a 2 cm de profundidade por meio de uma estação meteorológica automática instalada na área experimental. Houve uma entrada de massa polar e as temperaturas declinaram expressivamente com formação de geadas nos dias 6 e 7 de julho de 2019. As menores temperaturas ocorreram na altura do tronco dos cafeeiros (geada de canela), cujo órgão é muito sensível às geadas. Os danos podem ser facilmente evitados por meio da prática do chegamento de terra junto ao troco em cafeeiros ainda desprovidos de copa de seis meses até dois anos de idade. Em condições de frio intenso a temperatura do solo foi superior à temperatura do ar, portanto o enterrio das mudas de café de até seis meses no campo é uma prática necessária e eficiente para proteção contra geadas.