Resumo:
O processo de fermentação no processamento de café é conduzido principalmente para remoção de mucilagem e seu impacto no perfil do aroma do café são geralmente negligenciados. Estudos têm evidenciado que o controle apropriado do processo de fermentação confere atributos desejáveis e evita a fermentação indesejável que gera sabores desagradáveis aos grãos. Sendo assim, objetivou-se com esse trabalho, avaliar a influência da fermentação enzimática induzida do café, submetido ao processamento via úmida, sobre as características químicas e sensoriais dos grãos, tendo como ponto crítico de controle o pH da solução de imersão dos grãos. Para isso, foram utilizados 500 L de frutos de café cereja da espécie arábica (Coffea arabica L.), cv. Catuai vermelho, colhidos de forma mecanizada em fazenda da região de Manhuaçu-MG. Após ser lavado e descascado, o café foi acondicionado em um tanque de 500 L com 500 L de água. O pH da solução de imersão dos grãos foi determinado a cada 2 horas e a temperatura e a umidade relativa foram monitoradas durante o experimento. Para obtenção das amostras avaliadas, foram retirados 2 kg de grãos de café descascado quando o pH da solução de imersão dos grãos atingisse três valores: 5,5; 5,0 e 4,5, sendo denominados, respectivamente, de tratamento 1, 2 e 3. Esses grãos foram então encaminhados para a secagem em terreiro de concreto, até o teor de água de 11 % base úmida. Após a secagem, os grãos de café foram acondicionados em sacos de polipropileno, e encaminhados para as análises das propriedades químicas e sensoriais. Essas análises também foram realizadas em uma amostra do mesmo café que não foi submetida ao processo de fermentação descrito, a título de comparação. Foi observado que a fermentação, quando controlada, pode incrementar a qualidade do café.