Esta tese está estruturada em três capítulos, todos referentes à propriedades de cafeicultores familiares. O primeiro trata da quantificação da agrobiodiversidade e o uso de espécies presentes em quintais. O segundo é referente à avaliação florística de fragmentos florestais, por meio de índices fitossociológicos e o terceiro trata da identificação da dinâmica de alocação de mão de obra em propriedades cafeeiras familiares e na região norte da Zona da Mata de Minas Gerais. O objetivo desta pesquisa foi quantificar a agrobiodiversidade e diversidade florística, bem como identificar a dinâmica de alocação da mão de obra em propriedades cafeeiras familiares na Zona da Mata de Minas Gerais (ZMMG) e sua contribuição para o manejo da agrobiodiversidade. Para a quantificação da agrobiodiversidade e diversidade florística foram avaliadas 5 das 25 propriedades visitadas. Os dados das espécies constantes nos quintais e seus usos foram obtidos por meio de entrevista semi-estruturada e transecto. Os dados necessários à quantificação fitossociológica da agrobiodiversidade e diversidade arbórea foi realizada em 1 propriedade em cada município (Coimbra, Cajuri, Canaã, São Miguel do Anta e Ervália) das 25 totais. Foram levantados dados de riqueza e diversidade mediante índices fitossociológicos e da confecção de curvas espécie-área dos indivíduos amostrados em parcelas de 20 x 50m em sistema agrícola Quintal-horta (SQ-h) por ser local de uso imediato à residência e sistema (SM), local de reserva legal. Foi aplicada a matriz de mão de obra na intenção de estudar a dinâmica de distribuição desse recurso pelo agricultor nas tarefas ou operações dos sistemas agrícolas café, milho, pecuária e quintal/horta. A agrobiodiversidade do quintal demonstrou alta diversidade de espécies com Índice de Shannon médio de 2,55; baixa dominância de espécies com Índice de Simpson médio de 0,0562 e alta Equabilidade de Pielou, com média de 0,803. Em geral, os quintais apresentam elevada quantidade de indivíduos por espécie. Essas espécies possuem usos associados à alimentação, medicinal e ornamental. O componente animal nessas propriedades foi mencionado pelos agricultores e compõem parte da agrobiodiversidade manejada para fins de alimentação e geração de renda. Constatou-se que em áreas de quintal o número de espécies aumenta a cada novo conjunto de indivíduo amostrado. A curva espécie - individuo aplicada ao quintal/horta, demonstrou suficiência amostral com R 2 médio de 0,88 e constatou-se que houve diferença significativa entre os valores de intercepto e inclinação de reta. O sistema mata (Sm) foi avaliado e os fragmentos de mata apresentaram alta diversidade com índice de Shannon médio de 2,726; baixa dominância de espécies com Índice de Simpson médio de 0,057 e média alta da Equabilidade de Pielou em 0,803. A curva espécie – indivíduo dos fragmentos de mata demonstrou suficiência amostral com R 2 médio de 0,99. Nessas áreas foi registrada diferença significativa entre as propriedades quanto aos valores de inclinação de reta como indicador de alfa diversidade e intercepto indicando registro de beta diversidade. A curva espécie – indivíduo demonstrou que a cada novo grupo de indivíduos amostrados uma nova espécie é registrada. Foi observada diferença significativa entre os valores de Inclinação de reta (medida de alfa diversidade) e intercepto (medida de beta diversidade). O que significa que as áreas apresentam diferenças de composição florística. O sistema café (Sc) e o sistema agrícola pastagem (Sp) não foram passíveis de avaliação fitossociológica pelo fato de apresentarem uma única espécie cultivada ou número não representativo para detecção de diversidade e riqueza. A dinâmica de alocação de mão de obra pelas propriedades estudadas segue uma rotina ditada principalmente pela cultura econômica mais importante. Os cultivos de milho não competem com o café por mão de obra em qualquer época do ano. A pecuária e o manejo de quintais/hortas exercida nas propriedades revelam que a necessidade mão de obra nessa atividade é constante durante todo o ano, porém com demanda menor de horas em seu manejo. A dinâmica de alocação de mão obra tende a imprimir nos ecossistemas agrícolas incremento de agrobiodiversidade.
This thesis is structured in three chapters, all referring to the properties of family farmers. The first deals with the quantification of agrobiodiversity and the use of species present in backyards. The second one is related to the floristic evaluation of forest fragments, through phytosociological indexes and the third deals with the identification of the dynamics of labor allocation in family coffee farms and in the northern region of the Mata de Minas Gerais. The objective of this research was to quantify agrobiodiversity and floristic diversity, as well as to identify the dynamics of labor allocation in family coffee farms in the. (ZMMG) and its contribution to the management of agrobiodiversity. For the quantification of agrobiodiversity and floristic diversity, 5 of the 25 properties visited were evaluated. The data of the species in the backyards and their uses were obtained through a semi-structured and transect interview. The data required for the phytosociological quantification of agrobiodiversity and tree diversity was performed in 1 property in each municipality (Coimbra, Cajuri, Canaã, São Miguel do Anta and Ervália) of the 25 totals. Data were collected on richness and diversity using phytosociological indexes and the preparation of species-area curves of the individuals sampled in plots of 20 x 50m in the agricultural system Quintal-horta (SQ-h) because it is a place of immediate use at the residence and system, legal reserve. The labor matrix was applied in order to study the dynamics of distribution of this resource by the farmer in the tasks or operations of the coffee, corn, livestock and backyard/vegetable garden systems. The agrobiodiversity of the backyard showed high diversity of species with an average Shannon Index of 2.55; low dominance of species with average Simpson Index of 0.0562 and high Equality of Pielou, with average of 0,803. In general, quintals have high numbers of individuals per species. These species have uses associated with food, medicinal and ornamental. The animal component in these properties was mentioned by the farmers and make up part of the agrobiodiversity managed for food and income generation purposes. It was found that in backyard areas the number of species increases with each new set of sampled individuals. The individual - species curve applied to the yard/garden showed a sample adequacy with mean R2 of 0.88 and it was verified that there was a significant difference between the values of intercept and slope of the line. The killer system (Sm) was evaluated and the forest fragments presented high diversity with an average Shannon index of 2.726; low dominance of species with Simpson Index average of 0.057 and high average of Pielou Equability in 0,803. The species - individual curve of forest fragments showed sample adequacy with mean R2 of 0.99. In these areas, a significant difference was observed between the properties of the straight slope values as an indicator of alpha diversity and intercept indicating a beta diversity register. The individual - species curve demonstrated that each new group of individuals sampled a new species is recorded. Significant difference was observed between the values of Straight Slope (measure of alpha diversity) and intercept (measure of beta diversity). Which means that the areas present differences of floristic composition. The coffee system (Sc) and the pasture agricultural system (Sp) were not subject to phytosociological evaluation because they presented a single cultivated species or unrepresentative number to detect diversity and richness. The dynamics of labor allocation by the properties studied follow a routine dictated mainly by the most important economic culture. Corn crops do not compete with coffee for labor at any time of the year. Livestock and horticultural/horticultural management on properties reveal that the need for labor in this activity is constant throughout the year, but with a lower demand for hours in its management. The dynamics of labor allocation tends to increase agrobiodiversity in agricultural ecosystems.